quarta-feira, 8 de agosto de 2007
O TRENZIM DE FERRO Maria Hilda de J. Alão
Café-cum-pão, café-cum-pão,
Chega todo dia à estação
O trenzim de ferro fumaçando,
Pessoas, umas as outras, perguntando:
Quem-qué-trem, quem-qué-trem?
Sentado esperando se sempre tem
Um menino e um cachorro
Vindos da vila ou do morro
Pra vender amendoim e paçoca,
Ou o velho vendedor de pipoca
Aguardando os passageiros
Do trenzim que corre brejeiro
No trilho que corta a cidade e a mata.
Café-cum-pão, café-cum-pão,
Pode temperar com leite sem nata
Cantam as rodas do trenzim a canção.
Piui, piuiiii. Vem apitando ao longe
Como boiadeiro que ao gado tange.
O trenzim de ferro é muito valente,
Leva e traz bicho e gente.
Café-cum-pão, café-cum-pão,
Epa! Piuiii, vejam lá a estação.
Desce o gavião e o compadre Quati
Tem festa no arraiá do sagüi.
Piuii,piuiii, dez minutos pra saída
Cheguem logo para ver a partida.
Subam todos! Vamos comadre onça
Chegar cedo é nossa esperança!
Correndo nos trilhos da fantasia,
Vai o trenzim fumançando com alegria:
Café-cum-pão, café-cum-pão,
Acelerando o coração
De quem já andou num trenzim de ferro.
Café-cum-pão, café-cum-pão,
Quem-qué-trem, quem-qué-trem.
Piui, piui! Na estação da imaginação tem.
A LEBRE Maria Hilda de J. Alão
Corre e pula a branca lebre
Fugindo do esporte que é febre.
Não é olimpíada de bicho,
É do homem um capricho
Caçar tão indefeso bichinho.
Às vezes escapa porque ele não acompanha
A sua corrida que mais parece
Vôo rasante e desaparece
Entre o capim que floresce.
Mas a lebre não foge da sanha,
Da bocarra que a abocanha,
Do tigre que vem com manha
Fazer dela a sua picanha.
As Abelhas Vinicius de Moraes
A Cachorrinha Vinicius de Moraes
Criando poesias
terça-feira, 7 de agosto de 2007
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